Background

CONQUISTAMOS, MAS QUEREMOS SER CONQUISTADAS

Nós mulheres já conquistamos quase tudo. Somos Presidentes, altas executivas, cientistas de prestígio, engenheiras competentes, juízas destemidas e outras tantas coisas que há algumas décadas pareciam que nunca estariam ao nosso alcance (o escritor Nelson Rodrigues, por exemplo, duvidava da nossa capacidade intelectual para sermos jornalistas). Pois é, a batalha foi árdua. Entre um supermercado e uma feira, entre a entrada e saída das crianças da escola, depois do “pilates” e antes da manicure, fomos galgando os degraus que nos separavam dos homens. Não por inveja ou qualquer coisa assim. Mas para provar que podíamos ir além da copa e da cozinha, que apesar de boas parideiras também tínhamos tino para os negócios, a cultura a ciência e as artes. Ficar restritas a um único papel era pouco para nós.

Hoje, ainda ouvimos comentários machistas sobre nosso desempenho ao volante, nossos dias de TPM ou sobre o comprimento de nossas saias. Os comerciais de cerveja ainda nos tratam como troféus, mais isso agente nem considera. Se os homens não conseguem ficar sóbrios para ver que estão perdendo de goleada, não é problema nosso. Certo? Então levamos tudo na esportiva, com a ajuda da ioga, da terapia, das reprises de “sex and the sity” ou dos antidepressivos – cada uma encontra a sua fórmula. Vamos que vamos e podemos dizer que esta dando tudo certo. Não precisamos provar mais nada pra vocês homens.

Já vocês, ainda têm algumas coisinhas a aprender conosco. Entendam: não é porque ganhamos bem e discursamos na ONU que deixamos de ser o seu sexo oposto. O que significa que: não colocamos a mão na graxa, não levamos o carro à oficina, não perseguimos ratos pela casa, nem carregamos as sacolas mais Pesadas. Se tivermos de saltos altos, queremos parar na porta do restaurante, se tivermos feito escova no cabelo, não vamos entrar no mar não importa a temperatura da areia. Queremos flores quando não for nosso aniversário, gentilezas ao pé do ouvido depois de um dia estressante e nem um “pio” sobre a quantidade de sapatos que acumulamos. Na intimidade, vocês podem (e devem) nos tratar como fêmeas e esquecer o quanto somos poderosas. Até porque, embora pareça o contrário, não queremos competir, mas unir forças com vocês, sem preconceitos ou papéis rígidos. Vão trocar as fraldas do bebê e deixem a gente discutir o orçamento do encanador. Ou que seja o contrário. Desde que vocês nunca mais esqueçam que podemos tudo, mas queremos ter escolhas.

Fonte: Revista Status, edição 7 2011.
Por Vanessa Barone


Categories: Share

1 comentários:

Deixe seu comentário aqui
Para exibir sua foto, escreva o seu comentário e clique em "Visualizar" e em seguida clique em "Adicionar Foto de Perfil"(Só é exibido quando o comentário é publicado como Conta do Google).